Álvares de Sousa e Pedro Brito Mesmo meio, diferentes propósitos é o título que apresenta o trabalho de dois artistas plásticos. Álvares de Sousa e Pedro Brito encontram resposta aos seus propósitos e inquietações através do ferro, a sua prática artística assenta num processo formal de modelação do material, onde surgem abordagens e metáforas de visões pessoais sobre as relações com o meio, na sua linguagem plástica e estética distintas. Álvares de Sousa encontra na percepção formal de uma experimentação (aludindo por vezes a nuances de cor), podendo ou não cair na casualidade de um pensamento mais ou menos difuso. Uma imagem sensorial comunga de toda uma confluência energética que, da perfusão caótica da experimentação quotidiana subtrai, assim, aquilo que realmente nos toca, faz diferença, enriquece o nosso âmago intelectual. Nos sentidos procuramos as referências que permitam mergulhar num mundo desconhecido de sensações, emoções e muitos outros estados de alma que mal explicamos. Nesta complexidade e cumplicidade, fundamos personalidade, robustez de carácter que nos compelem, nos fazem ser. Algo que como o sagrado não se verbaliza. Está. O sentido do caminho que se faz explode, em todas as emoções. Pedro Brito procura nas suas reflexões, os entraves à plenitude das nossas vivências. São as situações fáceis e irresistíveis que nos subtraem décadas de capital intelectual e cultural. Situações que nos transformam em crianças incapazes de lidar com tentações ou, ainda, simples e pequenos objectos pessoais que assumem, naturalmente, o controlo da nossa (in)tranquilidade. A escala denuncia a importância do não-esquecimento. Álvares de Sousa e Pedro Brito |